Técnicas básicas de estudo

setembro 29, 2016


Com o início das aulas, aproximam-se também outras coisas como testes, trabalhos e outros elementos de avaliação. Por esta razão e para obtermos melhores resultados, é necessário criar métodos de estudo compostos por várias técnicas pois, em geral, não se utiliza apenas uma delas. Contudo, neste post irei apresentar-vos apenas as técnicas básicas, deixando as intermédias e as mais robustas para breve.



Dentro das técnicas básicas de estudo, temos as seguintes: ler e reler, sublinhar, mnemónicas, gravador, uso de cartões e transcrições.
Dica: para serem bons alunos, deverão usar mais do que uma técnica de estudo. Também é preciso dizer que o melhor método (ou as melhores técnicas) para uma determinada pessoa é aquele que funciona com ela e com o qual se sente segura. Não somos todos iguais, nem aprendemos da mesma maneira.


1. Técnica de ler e reler
Trata-se de uma técnica de estudo que se baseia em relerem conteúdos, sejam eles o livro, apontamentos ou outro material. Há muitos alunos que pensam que estudar é isto. Não me parece que esta seja uma técnica muito robusta, pois, com facilidade, se torna numa atividade mecânica, isto é, passam os olhos pelas linhas do texto, mas sem refletirem de forma significativa sobre o conteúdo.
Outro inconveniente é tornar-se maçadora e monótona. Para ter resultados, implica um grande grau de concentração por parte de quem a usa. Assim, não vos aconselho a que utilizem esta técnica em exclusivo. Só fará sentido quando acompanhada de outras que irei referir.
Dica: uma forma desta técnica ser mais eficiente é não se fazer a releitura de imediato mas esperar algum tempo (em média, 3 dias).
Aplicação: sendo uma técnica básica, usa-se em todos os ciclos de ensino.


2. Técnica de sublinhar
É uma técnica que resulta da anterior, com a diferença de que, mais do que ler, são feitos sublinhados. Assim, poderá haver a preocupação de ressaltar, através do tipo de sublinhado, assuntos principais e secundários. Devem entender os sublinhados como uma forma complementar de estudo, e não inicial.
Isto vai ajudar-vos a compreender melhor os vossos apontamentos e a memorizá-los.
Já devem ter reparado que há alunos que acham que estudar é passar o lápis pelas linhas do texto. Sublinhar é uma atividade importante mas que só deve ser feita em fases avançadas do vosso estudo, e de forma eficiente.
Assim, antes de sublinharem, devem ler todo o texto. Numa segunda leitura, e já com o conhecimento do texto, irão sublinhar aquilo que é absolutamente fundamental para a compreensão do mesmo: palavras chave, factos, dados, datas, etc.
Dica: se o sublinhado for bem feito, conseguirão perceber o texto lendo apenas o que destacaram.
Se virem vantagem nisso, poderão usar várias canetas de cor (e até o lápis). A ideia é escolherem uma determinada cor (por exemplo, verde) para os assuntos principais e uma outra para assuntos que derivem desses (amarelo). Se, por hipótese, estes últimos ainda tiverem derivações, podem usar uma terceira cor ou o lápis.
Dica: caso tenham alguma disciplina relacionada com História (História, História A ou História e Cultura das Artes), usem uma cor específica para sublinharem datas e outra para os nomes das figuras históricas.
Alguns dos textos que pretendem sublinhar poderão exigir que façam uma reflexão pessoal sobre esses assuntos. Nesse caso, aquilo que farão é usar uma determinada forma para tudo aquilo que sejam as vossas próprias reflexões e conclusões. Em geral, usa-se um parênteses reto para isso. O mesmo se aplica a dúvidas com que tenham ficado.
Atenção: não sublinhem tudo. Em geral, quem sublinha tudo é porque não consegue distinguir o importante do que não interessa tanto, logo não está a perceber a matéria. Para exemplos que são dados  (e que em geral são longos), podem optar por um sublinhado vertical; desta forma não sobrecarregarão o texto. Se houver mais do que um exemplo, escolham aquele que for mais significativo. Um bom exercício será imaginarem um exemplo de aplicação.
Reparem que sublinhar apenas e só os apontamentos está longe de ser estudar. O sublinhar só poderá ter utilidade se o fizerem como um ato reflexivo em que atribuem significado ao que lêem.
Aplicação: a todos os ciclos de ensino.


3. Técnica das mnemónicas
Trata-se de uma técnica muito rudimentar, destinada apenas a memorizar algo específico. Não é, portanto, uma técnica que possamos aplicar a todo o estudo.
Consiste em associarmos, a algo que queremos fixar, uma espécie de "chaves" que facilmente nos dá pistas sobre como chegar a um resultado.
Com um exemplo talvez percebam melhor. Imaginem que têm de responder à seguinte questão: "quais são os objetivos da publicidade?". A palavra chave poderia ser AIDMA significando cada uma das letras o seguinte: despertar a Atenção e o Interesse, provocar o Desejo, levar à Memorização e desencadear a Ação.
A ideia será construírem as vossas próprias mnemónicas. Na prática, todos usamos esta técnica no nosso dia a dia. Quando conhecemos alguém, uma forma de fixarmos o seu nome é pensarmos que tem o mesmo nome de um determinado familiar ou amigo nosso. Associamos, mentalmente, aquele familiar ou amigo a essa pessoa.
Dica: habilitem-se a classificar e a associar, mentalmente, conceitos novos a outros que já conheçam. Esta associação torna a memorização muito mais fácil. 
Imaginem que querem memorizar todos os países da Europa. Uma forma de o fazerem será ordená-los por ordem alfabética. Poderão depois começar pelo "A" (Albânia, Alemanha, Áustria, etc.), passando em seguida à letra "B" (Bélgica, Bulgária, etc) e assim sucessivamente.
Aplicação: apesar de ser mais utilizada no 1º ciclo, pode ser útil noutros níveis de ensino.


4. Técnica do gravador e podcasts
Há alunos que aprendem mais a ouvir e a falar do que a escrever. Se for esse o vosso caso, esta é uma técnica que pode trazer resultados.
Consiste em lerem os vossos apontamentos em voz alta para um gravador. Depois podem ouvir a gravação quantas vezes quiserem. Hoje, com o uso generalizado dos telemóveis com sistema de gravação, esta técnica pode ser interessante para ser utilizada, por exemplo, quando estão nos transportes públicos, em que podem ouvir o que gravaram em casa.
Outra aplicação poderá ser através dos podcasts, ou seja, ficheiros áudio digitais, que contenham algumas das matérias que estão a estudar. Estes podem ser particularmente úteis no caso das línguas, ao ouvirem, por exemplo, programas de rádio com temas do vosso interesse nas línguas que estão a estudar.
Talvez seja interessante para quebrarem a monotonia mas como técnica usual não me parece a mais adequada. Utilizem esta técnica apenas se estiverem com tempo disponível e para conteúdos muito específicos.
Aplicação: dado o seu caráter elementar, aplica-se sobretudo ao 1º e 2º ciclos.


5. Técnica do uso de cartões
Esta técnica consiste em colocar de um lado do cartão uma pergunta ou um conceito e, do outro, a resposta ou a explicação.
Aconselho-vos a usarem esta técnica, especialmente, em línguas, quando querem reforçar o vocabulário, ou em História, para guerras históricas, por exemplo.
É um método pontual que pode suprir alguns problemas. Tem a vantagem de parecer um jogo e, como tal, ser engraçado. Podem, inclusive, fazer esses jogos com colegas para ver quem acerta mais. Tal como a técnica anterior, poderão usá-la em contextos diversos: em transportes públicos ou no café, por exemplo. Se usarem este método em exclusivo, é obviamente muito incompleto.
Aplicação: trata-se de uma forma utilizada em especial no 1º e 2º ciclos.


6. Transcrições
As transcrições terão, necessariamente, de estar ligadas a outras técnicas de estudo. São utilizadas quando não conseguem traduzir por palavras vossas uma ideia ou para situações específicas como definições, teoremas e frases célebres de alguma personagem histórica.
As transcrições são sobretudo usadas quando estiverem a fazer um trabalho e necessitarem de citar argumentos de vários autores. Devem ter a preocupação de colocar a citação entre aspas e, no caso de a utilizarem num trabalho, não se esqueçam de incluir o nome do autor, o título da publicação de onde a copiaram, a editora, o local de edição, a data e o número da página de onde foi retirada.
Aplicação: apesar de se tratar de uma técnica elementar, aplica-se a todos os níveis de ensino.


Peço desculpa pela extensão deste post mas espero que tenham gostado e que vos tenha ajudado!

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1 comentários

  1. Gostei muito deste post, acho que está muito bem explicado e que pode ajudar as pessoas a melhorarem o seu estudo!!!!

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